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HELENA E OUTROS AMORES DE ÁLVARO MENDES (e-Book)
Um mar largo, imenso, comprido, infindo de ondas normais. Nenhumas ou algumas nuvens no fundo do horizonte. Uma linha de areia na berma do mar desde um ponto longínquo até se perder de vista. A abraçar o mar, acompanhando a praia vi terra elevando-se a centenas de metros em penhascos, escarpas, abismos, desfiladeiros, num género de planalto abrupto e infindo sem sopé, ou seja, cujo sopé era a areia pequenina lá em baixo.
Que vi mais?
Um povo absurdo que vivia ao longo dos penhascos junto à água. Era um povo de cor morena, quase castanha apagada e de hábitos acinzentados ou acastanhados.
Veio um monstro metálico, longinquamente, a atroar sem formas definidas, pelos ares; vinha de terra, passou sobre a praia e o povo, e perdeu-se afundado no fim do oceano, ao fundo indefinível do horizonte, sobre o oceano...
No povo um pavor estrepitante e clamoroso se reconheceu. Alguém usurpara o trono. Vi um trono perfeito na praia. Era um trono solitário ao pé da água do mar, de ouro e com assento de veludo vermelho. Pois o usurpador era uma gata dolente, cinzenta, molhada, branca, recta, suja, estripada, que lá estava, estirada, em cima do veludo vermelho. Parecia dormir inconsciente da sua usurpação. Parecia que sempre fora ali o seu lugar. O povo, no seu pavor, referia-se a chapas cinzentas, numeradas, que a gata possuía, e que simbolizavam algo, como amuletos, ou qualquer outra coisa muito importante, porque associada à gata estar grávida, veio a provocar um pavor ainda maior, um pavor terrível, infinito.
José Silveirinha, Escritor - Artista, 13/Jul/2015 #LusoNEWSnetPT - Seguir no Facebook... Clique para Ver Mais ou Comprar o e-Book HELENA E OUTROS AMORES DE ÁLVARO MENDES...
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